julho 25, 2010













quando aquele suspiro se transformou em toda eternidade,
beijou-me suave, levantou-se da cama
e sumiu.

julho 07, 2010

abriu a porta e foi desintegrando.
seguiu perdida o caminho
largando sujos pedaços de passado no chão.
farta, caminhava intranquila.
sem descanço, sem parar, sem lágrimas.
só com o peso do coração que batia fraco
e do nunca mais que agora a assombrava.


março 05, 2010

por amor não escrevo mais,
que de tanto esperar o amor
já não amo mais.

e diminuo no colo quente
sumindo em todo sentimento teu.

fevereiro 21, 2010

É carne crua,
cujo sangue ferve, escorre e tateia
minha inconsolável alma.
Há de ser.

É desespero,
cujo grito derruba, rasga e ateia fogo
aos meus pálidos delírios.
Há de ser.

Mas não há de ser lamento,
que minha miséria é, enfim,
meu único conforto.

setembro 24, 2009

do inverno

se no início da primavera
sentires o abater da noite,
escureças também a lembrança do dia,
e ouça cauteloso à escuridão
é o meu canto, vestígio e lamento

e se quando o sol nascer e iluminar o teu sono
já não ouvires mais ouvir meus passarinhos,
nem sentires meu ronronar felino,
e nem secares meu choro mansinho,
terei, enfim, partido

(um coração)

setembro 15, 2009

rio desse nosso amor!
e rio alto porque me ouças,
que toda minha risada amarga
só faz a tua um pouco mais doce

setembro 10, 2009

alguma coisa me diz
que hoje o céu colorido em rosa
vai cintilar em todas as flores
aquele vermelho vivo
dos beijinhos que te dei
só pra alegrar meu coração!

agosto 16, 2009

Ai, como me faz falta o amargor,
a fumaça densa, os ombros contraindo!
Concentra teus olhos nos meus e perfura-me o coração com um beijo!
Ai, como te quero!
Desce quente pela a garganta o teu prazer tão altruísta,
e o meu tão mundano
gemendo e latejando o amor em cada parte do corpo.

agosto 15, 2009

clara, recordo tão de perto
te consumi por inteiro em vontade, em loucura, em fervor
nos sonhos e no suor, eu quis
e feito dona, fiz

cala! que ainda sinto fresco o cheiro da carne
o peso que afunda nos panos
o ensurdecer que rompe os sons ofegantes
as bocas trêmulas, enfim separadas, bêbadas no temor e no constrangimento
do fim que entra pela janela.

julho 15, 2009

tão azul
e tão pouco meu
vagando em solidão
dentro de mim.

chora, coração...

julho 07, 2009

um lamento

"Amor? Receios, desejos, promessas de paraísos, depois sonhos, depois risos, depois beijos!
Depois... E depois, amada? Depois dores sem remédio, depois pranto, depois tédio, depois...

nada!"

Mennoti Del Picchia

quando aquele suspiro se transformou em toda eternidade, beijou-me suave, levantou-se da cama ...